A Amazon já falou publicamente sobre seus planos de entrar de
verdade no mercado brasileiro. Ela opera
por aqui desde 2012, mas até hoje só comercializa livros. As coisas podem
começar a mudar a partir da próxima semana com o início das vendas de muitos
outros produtos, entre eles os eletrônicos.
Essa notícia vem do jornal Valor Econômico, que diz ter
apurado que a empresa planeja colocar esse plano em prática no dia 18 de
outubro. Assim, a tendência é que as operações já estejam em pleno vapor
durante a Black Friday deste ano, no final de novembro.
A primeira fase dessa expansão teria como foco exatamente os
eletrônicos; a justificativa para essa decisão é que esse tipo de produto tem
demanda alta e são facilmente transportados. No entanto, a ideia é que no longo
prazo a Amazon brasileira possa ter um catálogo tão recheado quanto a americana,
que vende praticamente tudo.
A principio, a empresa implantará apenas o modelo de marketplace
para os eletrônicos. Nesse tipo de transação, ela opera apenas como
intermediário da compra, fornecendo um canal entre consumidor e lojas parceiras
e ferramentas de logística para conclusão do negócio.
De acordo com o Valor, as conversas com varejistas e com
empresas de tecnologia que integram lojas virtuais a marketplace se
intensificaram nos últimos 15 dias. A Amazon enviou dois documentos aos
comerciantes que toparam a integração, que incluem o Manual do Vendedor e um
roteiro de como preparar o catálogo para envio à empresa. Os produtos aceitos
incluem TVs, celulares, acessórios para celulares, monitores, computadores,
câmeras e mais.
Os indícios dessa expansão já estavam aí há algum tempo.
Primeiro publicou uma série de vagas para trabalhar na Amazon Brasil, que
indicam a entrada em outros ramos. Em seguida, o próprio gerente regional da
empresa, Alex Szapiro, falou abertamente sobre a expansão, como informou a
Folha de S. Paulo.
"Nós não vamos ficar só em livros. Não comentamos planos,
infelizmente não podemos especular, mas dou uma dica: as vagas em aberto
permitem inferir”, afirmou na época Szapiro, apontando também que a sede da
empresa em São Paulo ocupava quatro andares, mas em breve precisaria de mais
dois.
Na época, a empresa procurava por especialistas em impostos e
contadores experientes, o que por si só já mostrava uma mudança de panorama.
Livros são produtos isentos de tributos, o que indicava a diversificação de
produtos. Além disso, a empresa procurava profissionais de logística e do
varejo para lidar “com uma variedade de produtos”.